"A ria Formosa, no Algarve, era em 2002 o local do mundo com maior densidade da espécie, com uma população estimada de dois milhões de indivíduos. Seis anos depois, já só havia 300 mil cavalos-marinhos. Um projecto premiado pelo Oceanário vai estudar o problema e propor soluções
Caldwell começou por fazer a observação das populações de Hippocampus guttulatus nos mesmos locais estudados por Janelle. Miguel Correia, um jovem biólogo do grupo de Biologia Pesqueira e Hidroecologia do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, começou a trabalhar com ele. Só que, desta vez, as notícias eram alarmantes: os dados recolhidos indicavam que as populações da espécie tinham sofrido um declínio de 85%. Em seis anos, um curtíssimo período de tempo, os cavalos-marinhos passaram de dois milhões para cerca de 300 mil na ria Formosa. Que se passava? Ninguém sabia responder.
"Era preciso estudar a questão", diz José Pedro Andrade, que coordena o Grupo de Biologia Pesqueira e Hidroecologia. "Miguel Correia conseguiu uma bolsa de doutoramento para estudar a ecologia, distribuição e abundância de cavalos-marinhos na ria, e um outro investigador, Jorge Palma, iniciou uma linha de trabalho para a sua reprodução em cativeiro".
Foi só o ponto de partida. Delinear um projecto de investigação para estudar o problema era o caminho certo, e foi isso que equipa fez. Esse projecto, "Cavalos-marinhos em risco na ria Formosa?", foi agora um dos vencedores do InAqua, um fundo criado pelo Ocenário de Lisboa e o National Geographic Channel para apoiar este tipo de investigações, em que a conservação é pedra de toque ."
Diário de Notícias - Cavalos Marinhos 21 Nov 2010
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